O papel do fiador num contrato de arrendamento é atuar como uma garantia adicional para o senhorio, assegurando que as obrigações financeiras do inquilino serão cumpridas caso este não consiga pagar a renda. O fiador, portanto, assume a responsabilidade de saldar as dívidas do inquilino em caso de incumprimento, funcionando como um “plano B” financeiro.

Direitos do Fiador

  1. Benefício da Excussão Prévia:

    é um direito concedido ao fiador, que lhe permite recusar o pagamento de uma dívida até que todos os bens do devedor principal tenham sido executados (penhorados e vendidos) e esgotados, sem que o credor tenha conseguido satisfazer seu crédito. Em outras palavras, o fiador só é obrigado a pagar a dívida após a tentativa de execução dos bens do devedor principal.

    Este benefício é uma manifestação da responsabilidade subsidiária do fiador, ou seja, ele só responde pela dívida depois de esgotados os recursos do devedor principal. No entanto, é comum que contratos de fiança incluam uma cláusula de renúncia a este benefício, tornando o fiador solidariamente responsável desde o início, o que significa que o credor pode exigir o pagamento diretamente do fiador sem precisar executar primeiro o patrimônio do devedor.

  2. Sub-rogação:

    Caso o fiador pague a dívida, ele tem o direito de se sub-rogar nos direitos do credor, ou seja, pode exigir do devedor o reembolso dos valores pagos.

  3. Benefício do Prazo:

    Em algumas situações, o fiador pode ter o direito de pagar a dívida em parcelas, o que facilita a gestão financeira.

Obrigações do Fiador

  • Responsabilidade Subsidiária:

    O fiador é responsável pelo pagamento da dívida caso o devedor não a cumpra. Esta responsabilidade pode ser solidária se o benefício da excussão prévia for renunciado.

  • Garantia de Pagamento:

    O fiador deve garantir que o devedor cumpre com as suas obrigações financeiras, e, em caso de incumprimento, deve assumir o pagamento.

Considerações Importantes

  • Confiança no Devedor:

    Antes de aceitar ser fiador, é crucial que haja confiança na capacidade do devedor de cumprir com as suas obrigações financeiras. O fiador deve estar ciente dos riscos associados e avaliar cuidadosamente a situação financeira do devedor.

  • Leitura Atenta do Contrato:

    É fundamental que o fiador leia e compreenda todas as cláusulas do contrato de arrendamento, especialmente aquelas relacionadas aos direitos e obrigações do fiador, como a possível renúncia ao benefício da excussão prévia.

A renúncia ao benefício da excussão prévia é frequentemente uma exigência dos credores para a celebração de contratos, como os de arrendamento ou empréstimos, o que pode colocar o fiador numa posição de maior risco financeiro.

Ser fiador num contrato de arrendamento é uma decisão que deve ser tomada com cautela, considerando os potenciais riscos financeiros envolvidos.